Tuesday, December 08, 2009

Don't stop believing

Just a small town girl
Livin' in a lonely world
She took the midnight train goin' anywhere

Don't stop believing, Glee Cast



Então, um amigo meu me recomendou Glee, uma série que passa na Fox. Meu primeiro contato com a série foi uma música, a qual eu achei legal mas não exatamente surpreendente. Joguei no Google Images e ainda estava muito WASP pro meu gosto (mesmo com meu amigo tendo dito que "só os losers cantavam no coral" da série, eles não pareciam losers nas fotos.). Até que, entre uma resenha e outra de Inglês, joguei Glee no Yahoo Respostas, esperando encontrar algo no estilo de "Você acha que Fulano fica com Beltrana?", mas não achei nada além de links para download. Então, acabei baixando o primeiro capítulo da série.

Para quem não tem a mínima idéia de o que a série fala a respeito, ela segue o grupo de canto coral de uma escola de segundo grau americana e o professor que os dirige. E, nas já mencionadas palavras do meu amigo, só os losers cantam no coral. Devo acrescentar aqui o fato de que eu mesma já cantei no coral da escola por um ano no primeiro grau? xD Ah, obviamente, o post conterá alguns spoilers, mas apenas do primeiro capítulo, acho que não será mto prejudicial pra quem quiser assistir.

Fico tentada a começar esse post falando da "loser megalomaníaca" Rachel, mas primeiramente , aproveitarei para falar de mais algumas coisas que eu já queria falar aqui faz tempo e começarei falando do professor Schu - que, aliás, é a cara do meu professor de desenho de quando eu tinha uns 12 anos. Do professor de desenho que, aliás, largou os cursos de desenho pra trabalhar em fábricas com o intuito de ganhar mais. Quem já assistiu a série provavelmente achará essa coincidência bizarra, então vocês devem ter uma idéia de como eu fiquei quando vi isso.

Eu sou uma professora. Às vezes ainda me esqueço disso quando me perguntam a minha profissão. E a posição em que eu estou, de estar no fim da faculdade e começo da, digamos, vida profissional, é extreeeemamente complicada. Eu sei inglês, disso eu estou segura. Mas saber inglês não te garante que você consiga ensinar inglês, e tem momentos em que parece que você não aprendeu absolutamente nada na faculdade. E eu sei que essa parte eu já mencionei de leve por aqui, mas é uma questão que aparece praticamente todo o dia - mais ou menos do jeito que certas questões ficam aparecendo para o professor Schu. Na faculdade, você lê pilhas de teóricos e eles fazem questão de te mostrar como é a realidade, aquele monstro chamado realidade estrelando os alunos de escolas públicas que quebram portas e etc etc. E depois, quando você começa a trabalhar, você vê os outros professores reclamando. Sério, professores reclamam muito.

Eu comentei com uma das professoras o que eu poderia fazer pra meus alunos (crianças de 8~9 anos) gostarem mais de mim. A resposta dela? "Eles não gostam de ninguém." E, embora eu já tivesse ouvido no Magistério a piada da professora estagiária carregando cartazes (pq só as estagiárias se estressariam pra fazer coisas novas) , acabei repetindo a cena ao mexer na caixa empoeirada de jogos da escola onde eu dou aula. Isso tudo para, depois, meus alunos (as mesmas crianças de 8~9 anos) chamarem o jogo que eu escolhi de idiota.

E, mesmo assim, a gente ainda pensa neles no fim de semana, tentando planejar a aula de segunda. Eu mesma, tendo mails de alguém importante pra responder e um tempo relativamente livre pra pensar no assunto, me peguei pensando em o que fazer para que meus alunos parassem de implicar com a aluna nerd (oito anos de idade) da minha turma. É algo que gruda em vc feito chiclete de uma forma impressionante.

Aliás, as crianças dessa turma são uma coisa impressionante per se. Tenho uma futura atriz, um futuro goleiro (do Inter e da seleção brasileira) e uma menina que anda a cavalos, essa última sendo a nerd em questão. E essa última tem me ensinado uma das mais difíceis lições até o momento.

Eu adoro essa menina. Sério, eu tenho vontade de sequestrá-la e criá-la como se fosse minha filha, de assistir animes com ela e de levá-la a todas as bibliotecas da UFRGS (ela gosta de biblios grandes). Claro que eu nunca poderia fazer isso, ela não tem nada em comum comigo fisicamente a não ser os óculos (ambos roxos, aliás), e nunca passaria por minha filha. Eu, obviamente, não posso fazer nada disso. E essa situação é muito mais difícil do que parece! Quem acha que um amor platônico é o fim do mundo não tem idéia do que é isso. Um professor precisa ser neutro, ele não pode gostar muito dos alunos. Ou, na pior das hipóteses, ele gosta e guarda isso pra si.

Depois que a história com o último garoto com o qual eu tentei não deu certo, eu atingi a impressionante marca de quatro meses (julho ~novembro) sem me interessar por ninguém. Eu atingi isso mantendo a minha cabeça ocupada com sonhos envolvendo meus cantores favoritos e a possibilidade de realizar alguns dos meus grandes sonhos de uma tacada só (ir para a Ásia, cantar e ter um namorado asiático). Eu nunca tive estudo em relação a canto e nunca aprendi a tocar o instrumento que eu acho o mais lindo de todos (violino), tanto pq a minha família não tinha dinheiro pra essas coisas quanto pela religião na qual eu cresci. Se eu fosse asiática e fosse daquelas pessoas que estudam música desde os cinco ou seis anos de idade, provavelmente aos doze ou treze eu teria fugido de casa pra fazer audition pra alguma gravadora asiática. Foi em torno dessa idade que a maioria das meninas do SNSD foram contratadas...

Apesar disso, cantar é um sonho que eu não consigo chutar totalmente. Sim, eu gostaria de ser famosa e nem meu terapeuta conseguiu tirar isso da minha cabeça (taí meu ponto de identificação com a Rachel, entenderam?)! E, como eu não tenho estudo nessa área, continuo tentando fazer com que o chapéu de "talento inato" entre na minha cabeça. E aí vcs olham pro título do post e se perguntam: como assim, don't stop believing? Acreditar no quê afinal? Em que dá pra ter uma boa vida como professora ou em um sonho tão fácil de atingir quanto um pulo por cima da lua? Eu, sinceramente, não sei. Mas não dá pra ter certeza de tudo, e é essa uma das coisas que professores aprendem: a driblar o medo e passar segurança que às vezes nem vc tem certeza de que vc tem.

1 comment:

Unknown said...

Po e a galera ainda tira sarro de quem ve Rebelde, sendo que existem outros gêneros norte-americanos parecidos, como por exemplo, High School Merda kkkkk e tb como Glee
e como muitas outras devem a ver.
Mas as piores são da Disney estilo Hanna Bucetanna e Jonas Bronha.
;P