Monday, November 20, 2006

Um animal racional

Eu não sou uma poetisa. Eu escrevo prosa e, de vez em quando, faço de conta que faço poesia, mas sou essencialmente prosadora. Eu sou da prosa, das linhas retas seguindo sua sequência lógica.
Mas o que devemos fazer quando a vida não segue a sua sequência lógica? Quando sentimentos não seguem linhas retas e, por mais que as estrelas digam a você que você está certo e que no fim do episódio você será recompensado, você não consegue enxergar o desfecho da situação?
Recentemente me pediram uma definição do que era a vida. Na hora eu respondi que a vida era muita coisa para ser definida em uma sentença só. Porém, nesse exato instante, diria que a vida é uma balança: coloque de um lado seu cérebro e do outro seu coração e veja quem pesa mais. Mas qual a sua recompensa ao equilibrar a balança?
Talvez por hora a garota racional que sempre acha solução para tudo busque um exílio temporário na poesia. Ou dela mesma ou na alheia. E se eu posso acreditar no poeta que escreveu amor e diz nunca ter amado, o que me impede de acreditar nestas ou naquelas palavras?