Tuesday, November 10, 2009

Um enorme estojo pink

Faz tanto tempo que eu não posto nada aqui que, tanto para os amigos antigos que não têm notícias desde séculos atrás quanto para os amigos novos que estão chegando, começo esse post com um breve resumo sobre a atual situação por aqui: eu estou fazendo nove cadeiras na faculdade, dando aulas de inglês três vezes por semana e tendo aula de coreano uma vez por semana (안녕하세요, 제 이름은 줄리아입니다!...ou algo assim, ainda não cheguei nessa lição. :P). Ah, sim, e estou solteira, mas isso é assunto pra outra hora.

Dado tudo o que foi mencionado aí em cima, creio que comentários sobre meu nível de cansaço sejam desnecessários. x_x Ontem não conseguia dormir devido à dor nas pernas. E, aliás, emagreci oito quilos desde que comecei a trabalhar. Como as aulas que eu leciono são à noite, parei de jantar - simplesmente pq não dá TEMPO pra isso. Se você tem tempo pra comer - e eu disse se - é tempo pra beliscar algo, e não devorar um prato de arroz com feijão. No começo, claro, eu achava horrível, terrível, uma verdadeira violação dos direitos humanos. Mas, com umas três semanas de "prática", você fica perfeitamente acostumado a isso. E, até você ter tempo para parar e comer, você chega em um ponto que o cansaço é bem maior do que a fome já, e aí você acaba comendo algo não tão grande assim. Ou seja, caso alguém me pergunte o que deve fazer pra emagrecer, eu vou recomendar que a pessoa vá trabalhar. xD

Ser professor é algo realmente, realmente complicado. Implica ter respostas na ponta da língua pra tudo. E não apenas em relação ao uso do possessivo ou explicar as diferenças entre os tempos verbais. Tá, ter tudo isso na ponta da língua é complexo, mas não é praticamente nada perto de saber o que responder quando sua aluna de oito anos pergunta "teacher, pq eles não gostam de mim?" Agora entendo pq sempre pedem experiência nos anúncios de emprego: não tê-la faz toda a diferença! >_< Mas enfim, eu passei na entrevista e essa vaga é minha (a quase três meses, aliás), portanto significa que terceiros confiaram em mim e a tendência é que as coisas melhorem a medida que o tal ser chamado experiência se faça mais e mais presente na minha vida.

Ah, sim. E tem a minha coordenadora. Ela parece ser um personagem criado sob medida pra agradar a minha mãe e a mim ao mesmo tempo. Ela tem dez anos de idade a mais do que eu, uma maquiagem totalmente impecável e passa o dia em cima de botas de cano longo e salto fino. Minha mãe a acharia lindíssima. Porém, o que chamou a minha atenção foi que, ao lado do do iPhone e da bolsa Dolce&Gabanna (seja lá como se escreve isso), ela tem um fichário da Pucca e um enorme estojo pink da Pequena Sereia. E ninguém a chama de infantil, muito pelo contrário! O que é totalmente diferente de o que acontece com esta humilde narradora quando ela resolve, digamos, utilizar uma blusa da Hello Kitty ou whatever. Ou seja, eu preciso adquirir o skill de andar de botas de salto fino e relacionados para que isso me dê a liberdade de usar o que eu de fato gostaria de usar. Por mais que eu e, principalmente, outros perto de mim tenham tentado, cheguei à conclusão de que não há como tirar certas coisas da minha vida. Não quero dizer que meu futuro marido vá viver no Hello Kitty Hell ou coisa do tipo (eu adoro a Hello Kitty, mas eu mesma não aguentaria viver do mesmo jeito que o autor do Hello Kitty Hell, sério. Muita informação. x_x).

Eu já joguei coisas da Hello Kitty fora. Já vi as amigas que assistia anime comigo dizer que cresceu e passou dessa fase. Já tentei desistir de ir pro outro lado do mundo. E quer saber? Isso não me fez bem. Ou seja, it took me a while pra perceber que a coisa mais importante era só ser eu mesma. Mais importante do que qualquer coisa ou do que alguém.

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